A Operação Nidaid Isquim, da Polícia Federal, realizada entre 25 de abril e 1º de maio, destruiu 21 dragas usadas no garimpo legal que estavam no Vale do Javari, interior do Amazonas. A PF diz que os garimpos estavam se aproximando das comunidades indígenas isoladas. Ninguém foi preso.
A operação ocorreu de forma integrada com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Satélites da Polícia Federal identificaram as dragas dos garimpeiros espalhadas pelo Rio Jandiatuba. Também foram promovidas ações para coleta de informações de inteligência, que ajudarão futuras ações com o objetivo de identificar os líderes e financiadores da atividade ilícita, bem como suas conexões com o crime organizado.
“O foco é proteger os indígenas que habitam a região há milhares de anos e também preservar a saúde dos ribeirinhos, que também eventualmente frequentam a região”, disse o superintendente da PF no Amazonas, João Paulo Garrido.
Para o agente ambiental do Ibama, Augusto Brasil, a ação integrada foi fundamental para conter o que diz ser “um dos principais causadores da degradação ambiental no ecossistema amazônico”. Isso porque o próprio impacto ambiental, principalmente pelo uso do mercúrio, contamina não só os rios, mas também peixes e o solo.
“Essas tribos elas vivem quase que exclusivamente da natureza, e a presença do garimpo ilegal na região ela ameaça não só o território, como também o estilo de vida dessas tribos isoladas.”

O Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do Brasil, com cerca de 8,5 milhões de hectares, e abriga a maior população de indígenas isolados do mundo. Atualmente, há nove referências confirmadas de grupos isolados e outras cinco em estudo, além de aproximadamente 7.000 indígenas de diversas etnias, como:
- Matis
- Matsés
- Mayoruna
- Marubo
- Kanamary
- Kulina Pano
- Korubo Matis,
- Matsés,
- Mayoruna,
- Marubo,
- Kanamary,
- Kulina Pano,
- Korubo
- Tshom Dyapashom Dyapa
De acordo com a PF, o avanço do garimpo ilegal sobre esse território coloca essas populações em risco de contaminação por mercúrio e causa graves prejuízos culturais.