Não ironicamente, o deputado estadual Roberto Cidade (UB) reforçou as leis de sua autoria que fortalecem proteção à mulher no ano passado quando a Lei Maria da Penha completou 18 anos
O deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), foi indiciado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) pelos crimes de violência psicológica e ameaça, supostamente cometidos contra a sua ex-esposa, Lilian Barbosa Vieira Cidade.
Segundo informações do Boletim de Ocorrência registrado pela vítima, ela recebeu mensagens de Cidade onde ele expressava sua raiva pelo fato de uma amiga da irmã de Lilian ter permanecido em sua casa. Entre os ataques verbais, o deputado teria dito: “e se frescar vamos para porrada, e eu tiro de lá” e ainda proferiu ofensas como “sua puta, fodida, escrota, gorda”. Essas foram as palavras usadas pelo “defensor” das mulheres, que não respeita nem a própria mãe de seus filhos.
Veja o Boletim de Ocorrência


O caso, registrado na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher de Manaus (DECCM), mostra o quanto o presidente da Aleam é contraditório, pois Cidade sempre se posicionou como defensor das mulheres e sempre combateu a violência doméstica. Como assim o defensor das mulheres agride a própria esposa?
Veja a conclusão da denúncia



Contradição
Recentemente, Cidade foi um dos principais defensores do “Observatório da Violência contra a Mulher”, um projeto que visa criar políticas públicas para proteger as mulheres e combater a violência doméstica. Porém, as acusações contra ele, registradas na delegacia, mostram uma grande contradição entre seu discurso e suas ações. Como alguém que cria espaços de apoio à mulher e a necessidade de leis mais rígidas contra a violência, agora é o próprio alvo de investigação por agressão contra mulher?

O que mais choca nesse caso é o silêncio da mídia e e a postura de alguns parlamentares, como a deputada estadual Alessandra Campelo (MDB), que no ano passado se pronunciou a respeito de um caso ocorrido na Aleam, onde através de suas redes sociais alegou que “enquanto ela estivesse presidindo a mesa do plenário agressores de mulheres não teriam vez naquele local”, porém a mesma se mantém calada, sobre o colega que agressor de mulher e ainda preside a mesa ao lado dela. Será que a justiça que ela prega só funciona para um lado?

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